Quase meio século após o primeiro nascimento por fertilização in vitro (1978), novas estimativas apontam um marco: mais de 13 milhões de pessoas no mundo nasceram graças às Técnicas de Reprodução Assistida (TRA). Pesquisadores compilaram e analisaram dados de saúde reprodutiva de 101 países para estimar o número acumulado de nascimentos por TRA, cobrindo FIV, ICSI e outros procedimentos correlatos. O resultado não é apenas um número impressionante — é um espelho do avanço científico, das políticas públicas e das escolhas reprodutivas de milhões de famílias.
O que este marco significa
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Um campo antes experimental tornou-se parte estruturante do cuidado em saúde reprodutiva. 
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As TRA ampliaram opções para pessoas com infertilidade, condições médicas específicas, pacientes oncológicos que preservaram fertilidade, e diversos arranjos familiares. 
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A trajetória de inovação vem acompanhada de práticas mais seguras, como a adoção crescente de transferência de embrião único e o aprimoramento dos cuidados laboratoriais e clínicos, reduzindo gestações múltiplas e seus riscos. 
Como os pesquisadores chegaram aos números
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Compilação de registros clínicos, bases nacionais e dados de autoridades sanitárias, complementados por estimativas quando havia lacunas. 
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Cobertura geográfica ampla (101 países) para captar diferenças regionais de acesso, regulação e prática clínica. 
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Abordagem estatística que reconhece variações de qualidade dos registros e mudanças nos protocolos clínicos ao longo do tempo. 
Impacto e desafios para a próxima década
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Acesso e equidade: o uso de TRA cresce, mas de forma desigual entre regiões e dentro dos próprios países, refletindo barreiras financeiras, culturais e regulatórias. 
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Qualidade e segurança: o setor consolida padrões de boas práticas, com foco em eficácia, redução de riscos e cuidado centrado no paciente. 
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Inovação responsável: avanços laboratoriais, melhores protocolos de estimulação e seleção embrionária mais criteriosa seguem como vetores de melhoria, exigindo avaliação contínua de evidências. 
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Políticas públicas: cobertura, regulação e transparência de resultados (registries) são decisivas para expandir acesso com segurança e qualidade. 
Principais pontos e estatísticas
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Estimativa global: mais de 13 milhões de pessoas no mundo devem suas vidas à FIV e outras TRA. 
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Escopo do estudo: análise de dados de 101 países. 
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Contexto histórico: primeiro nascimento por FIV em 1978; desde então, expansão contínua do volume de ciclos e dos nascimentos por TRA. 
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Tendências de segurança: adoção crescente de transferência de embrião único e protocolos que reduzem gestações múltiplas. 
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Desigualdades de acesso: diferenças marcantes entre regiões e sistemas de saúde, reforçando a importância de políticas de cobertura e regulação. 

 
 