Conheça 9 causas de infertilidade masculina e o que pode ser feito

A infertilidade masculina ainda é um assunto tabu. Descobrir que é infértil parece ser o fim da linha do sonho de ser pai. Uma avaliação clínica detalhada pode fornecer informações para que um diagnóstico precoce seja realizado de maneira precisa e, consequentemente, uma terapia seja proposta. Estima-se que a infertilidade masculina atinja cerca de 80 milhões de pessoas ao redor do mundo.

A infertilidade masculina é a incapacidade do homem em produzir espermatozoides em quantidade ou qualidade suficiente para fecundar o óvulo e resultar em uma gravidez. conheça as principais causas da infertilidade masculina abaixo!

1) Varicocele: é principal causa de infertilidade masculina. Está presente em 15% da população masculina e em aproximadamente 40% dos homens com infertilidade primária, que nunca engravidaram. Este número pode aumentar para até 80% dos homens com diagnóstico de infertilidade secundária (que já engravidaram, mas não conseguem engravidar novamente). Pode ter uma questão hereditária envolvida na predisposição para o aparecimento desta doença, que ocorre sempre na adolescência.

2) Criptorquidia (testículo que não desceu): é uma causa importante de infertilidade masculina e pode estar associada, inclusive, ao desenvolvimento de tumor de testículo. É importante uma avaliação precoce pelo especialista, pois quanto mais cedo o testículo criptorquídico for corrigido, maiores são as chances de preservação da fertilidade masculina. Nos casos de criptorquidia unilateral, a chance de o menino desenvolver infertilidade na vida adulta é de 30%. Este risco mais do que dobra quando a criptorquidia é bilateral. A cirurgia de correção de criptorquidia não aumenta a produção de espermatozoides, mas, sim, protege contra uma piora do quadro.

3) Fibrose cística: é uma doença genética que também é conhecida como a doença do beijo salgado, pois as secreções do organismo têm alto teor de sal. Cerca de 4% da população brasileira porta um gene da fibrose cística sem, entretanto, ter a doença. Na maioria das vezes, a doença é diagnosticada logo após o nascimento pelo famoso teste do pezinho (especialmente nos casos mais graves), porém ela pode ser diagnosticada apenas na idade adulta.

4) Síndrome de Klinefelter: é quando o homem não ejacula espermatozoides, caracterizando-o como portador de azoospermia não obstrutiva. As chances de sucesso para aquisição de espermatozoides são muito baixas, não passando dos 30%.

5) Síndrome de Kallmann: é caracterizada como uma insuficiência testicular gerada por redução dos hormônios hipofisários associada a anosmia (ausência de percepção dos cheiros). A reposição de alguns hormônios injetáveis, como o HCG e o FSH, tem a função de estimular o testículo a voltar a produzir espermatozoides e testosterona.

6) Uso de cigarro tradicional, eletrônico e vaporizadores: afeta a função reprodutiva do homem. O hábito de fumar e a consequente inalação e absorção de substâncias tóxicas pelo organismo podem alterar o volume do sêmen, prejudicar sua qualidade, alterando a concentração e a motilidade dos espermatozoides. Com mais radicais livres no sêmen, os fumantes podem sofrer o que chamamos de estresse oxidativo, que, frequentemente, está relacionado ao aumento de fragmentação do DNA do espermatozoide. Altas taxas de DNA fragmentado indicam baixa capacidade de gravidez natural, aumento do número de abortos e necessidade de maior número de tratamentos de fertilização in vitro para alcançar uma gestação.

7) Obesidade: leva a um aumento crônico de temperatura testicular. Um estudo da Universidade de Utah nos Estados Unidos comprovou que homens obesos na faixa dos 60 anos têm contagens de espermas mais baixas do que indivíduos mais magros na mesma faixa etária. Quando exposto a temperaturas mais elevadas constantemente, os testículos sofrem um processo de estresse oxidativo, com a produção excessiva dos temíveis radicais livres. Estes radicais livrem atuam eliminando as células produtoras de espermatozoides, além de prejudicar a qualidade dos espermatozoides produzidos para ejaculação.

Os homens obesos tendem também a transformar o hormônio de testosterona produzidos pelo testículo em hormônio estradiol, tipicamente feminino. O tecido gorduroso induz a um aumento na produção de hormônio feminino em pacientes homens. Então quanto mais gordura, mais hormônio feminino no corpo, gerando uma alteração hormonal que desfavorece a produção de um bom espermatozoide. Segundo o urologista Antonio Cesar Cruz o homem pode ser fértil a vida toda. "Idade não é fator para diminuir a produção de espermatozoides. O homem produz espermatozoides a vida toda. É muito comum se encontrar homens com 80 anos sendo pai. É diferente da mulher que já nasce com todos os óvulos e vai só amadurecendo a cada ciclo menstrual", explica o especialista.

8) Uso de testosterona e anabolizantes: é uma das principais causas de infertilidade nos homens adultos jovens. O uso de qualquer dose de testosterona e de outros anabolizantes pode zerar a produção de espermatozoides, seja de forma transitória ou de forma definitiva, dependendo do tempo de uso, das doses utilizadas e da suscetibilidade individual de cada homem. O uso destas substâncias inibe a produção de FSH, hormônio responsável pela produção de espermatozoides pelo testículo. Quando inibido cronicamente, ocorre a morte de células produtoras de espermatozoides e, como consequência, o testículo perde volume e fica pequeno de forma irreversível.

9) ISTs (infecções sexualmente transmissíveis): são importantes causas de infertilidade masculina e feminina. Segundo o Ministério da Saúde, entre brasileiros com 15 e 24 anos, apenas 56,6% usam camisinha no ato sexual. Infecções como gonorreia e clamídia podem afetar os testículos, gerando uma infecção conhecida como orquite, que pode afetar a produção de espermatozoides. Muitos homens acabem se infectando e muitas vezes, por não apresentarem sintomas, viram disseminadores de ISTs para suas parceiras. Nas mulheres, os agentes infecciosos podem levar a infecção das tubas e do endométrio (endometrite), gerando uma perda importante de potencial reprodutivo feminino.

Fonte: Viva Bem UOL