Quando e como tomar a decisão de buscar ajuda para engravidar?

O papel do especialista em reprodução assistida é investigar os pacientes que querem ter filhos e ajudá-los a buscar estratégias para encontrar o melhor caminho para a tão desejada gravidez. Muitos casais já chegam à clínica perguntando sobre a fertilização in vitro ou quanto custa uma inseminação artificial, mas nem sempre estes são os procedimentos necessários.

O primeiro passo é realizar uma investigação adequada para definir o melhor caminho. Clinicamente, o casal só é considerado infértil quando tem relações sexuais regulares, duas vezes por semana, pelo menos, e sem usar qualquer método contraceptivo e não consegue engravidar em um prazo de um ano.

Mas não só os casais com dificuldade para engravidar são, hoje, o público das clínicas de fertilidade. Cada vez mais, este aconselhamento é buscado por mulheres que querem adiar a gravidez, por motivos pessoais, e avaliam o congelamento de óvulos. Também homens e mulheres que passam por tratamento oncológico e precisam preservar os gametas para possibilitar gerar um filho mais tarde, após a cura do câncer; além dos projetos de maternidade ou paternidade solo e os casais homoparentais.

O especialista em fertilidade vai verificar os exames já realizados e solicitar aqueles que ainda não foram feitos e que são importantes para o diagnóstico. Pode ser um exame mais detalhado de ultrassom ou espermograma mais completo. Há casos em que tratamentos mais simples, como a indução da ovulação com medicamentos, correção de distúrbios hormonais, cirurgia para a varicocele ou controle da endometriose podem ser tentados antes dos procedimentos de maior complexidade, que são as técnicas de reprodução assistida.

Também é fundamental considerar a idade da mulher, fator determinante para o estoque e para a qualidade dos óvulos, além dos hábitos de vida ou patologias que afetam a fertilidade. Muitas destas informações são desconhecidas e só quando a dificuldade de engravidar acontece é que as pessoas se dão conta de que a idade feminina, e também a masculina, afetam a fertilidade; que uso de anabolizantes, por exemplo, impacta na quantidade e qualidade de espermatozoides, além das doenças de base que precisam ser contornadas para que se consiga engravidar.

Conheça alguns dos tratamentos disponibilizados por clínicas de reprodução assistida:

Indução da ovulação com coito programado - A ovulação é estimulada com hormônios. Obtendo-se de 1 a 3 óvulos, eles são fertilizados nas trompas naturalmente, através de relações sexuais programadas após monitorização da ovulação por ultrassom. Uma possível indicação para esse tratamento são casos de distúrbios da ovulação, como a síndrome dos ovários policísticos.

Inseminação artificial - A ovulação é estimulada com hormônios e monitorada com ultrassonografias seriadas. No período fértil da mulher, o parceiro realiza a coleta de sêmen na clínica, com posterior preparo dos espermatozoides (Capacitação) em laboratório. Por cateter, os melhores espermatozoides são colocados dentro do útero. O uso do sêmem pode ser homóloga (do próprio homem do casal) ou heteróloga (de doador de sêmen). A fecundação acontece naturalmente, nas trompas.

Fertilização in vitro (FIV) – O procedimento reproduz em laboratório as condições necessárias à fecundação. A ovulação é estimulada com hormônios e acompanhada com ultrassons seriados. No momento adequado, os óvulos são aspirados dos ovários com agulha guiada por ultrassom, sob sedação.Na etapa “in vitro”, fora do organismo, espermatozoides e óvulos são colocados em um meio de cultura específico a 37º, onde ocorrem a fertilização e o desenvolvimento embrionário inicial.

A ICSI (injeção intra-citoplasmática de esperma), é uma modalidade da FIV em que o espermatozoide é injetado diretamente dentro do óvulo com o micromanipulador (microscópio especial). Os embriões formados são transferidos para a cavidade uterina, via cateter especial, durante exame ginecológico normal.

A FIV é indicada para casos de alterações das trompas, endometriose, infertilidade sem causa aparente, alterações do sêmen, entre outras. Há outras situações em que a FIV pode ser realizada como no tratamento dos casais homoafetivos, pós-congelamento de gametas, naovodoação ou na gestação com útero de substituição.

Punção de epidídimo/biópsia testicular – Nesta técnica os espermatozoides são retirados diretamente do epidídimo, através de punção com agulha (PESA), ou do testículo através de microcirurgia (MESA), para serem utilizados na Fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática de esperma (ICSI).

Fonte: Portal G1 - Globo 

Estas técnicas são utilizadas quando não aparecem espermatozoides no ejaculado (azoospermia), e eles precisam ser “buscados” no epidídimo ou no testículo. Este procedimento geralmente é realizado simultaneamente à aspiração dos óvulos, objetivando-se a realização de uma Fertilização in vitro.