Muitas pessoas se surpreendem, mas as estatísticas indicam que até 15% os casais não conseguem engravidar, após um ano de tentativas. Quando isso acontece, podemos considerar infertilidade. O que pode explicar isso?
Segundo estudos, a qualidade média do sêmen dos homens vem decaindo nas últimas décadas, mas há outras circunstâncias também envolvidas, como disfunções de ovulação, endometriose, baixa qualidade dos óvulos e adiamento da maternidade. Além disso, os hábitos de vida podem impactar, como o tabagismo, álcool e a má alimentação aliada ao sedentarismo. Tudo isso influencia na concepção de um filho. No caso dos homens, há pesquisas que evidenciam piora na morfologia e concentração dos espermatozoides, impactando a fecundação e desenvolvimento do embrião.
Em relação às mulheres, acontece uma queda no estoque de óvulos: na verdade, ela nasce com todos, que vão sendo consumidos ao longo da vida reprodutiva e, com a idade mais avançada, há piora na qualidade. A poluição do ar também interfere nesse processo: homens e mulheres que trabalham ao ar livre, em cidades grandes, têm maior dificuldade em engravidar devido ao excesso de exposição a agentes poluentes. Vários produtos químicos podem alterar a expressão de genes, inibindo-os ou os ativando em excesso, como o gene SHBG, que possui alelos que estimulam a expressão e maior produção de SHBG, podendo diminuir os níveis de testosterona.
O tabagismo, acompanhado de dieta inadequada, impactam ainda mais a capacidade reprodutiva dos casais. O cigarro contém toxinas como nicotina e zinco, além de substâncias radioativas, que afetam significativamente a fertilidade, desde a produção dos espermatozoides até a movimentação tubária. Dados da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) apontam que homens e mulheres fumantes apresentam três vezes mais chances de sofrerem com infertilidade, quando comparados a não fumantes.
Em relação à dieta, um estudo da Boston University School of Medicine, realizado com mulheres norte-americanas e canadenses entre 21 e 45 anos, indicou que aquelas que consumiam ao menos um copo de refrigerante por dia tinham 25% menos chances de engravidar. A alimentação com consumo em excesso de açúcar também foi apontada como ruim, pois atrapalha a atuação de hormônios necessários para a reprodução, além de inibir genes que regulam os níveis de estrogênio e testosterona.
No caso da obesidade, estima-se que reduza até 60% da capacidade reprodutiva em mulheres, afetando em 50% a capacidade reprodutiva masculina. O excesso de gordura corporal interfere na produção adequada de hormônios: no homem, há um aquecimento maior da região genital, prejudicando a quantidade de espermatozoides. Dormir mal também pode ser o problema para os casais inférteis: o sono é fundamental no relaxamento da hipófise, glândula responsável pela produção de uma série de hormônios, inclusive aqueles que estimulam ovários e testículos.
Como você deve ter notado, quando o repouso é prejudicado, essa glândula não funciona corretamente, o que interfere na fertilidade. Existem vários fatores que podem estar afetando a saúde reprodutiva do casal, por isso indicamos uma avaliação especializada para o tratamento correto. Agende sua consulta!